É normal?

Amamentação – Quando nem tudo são flores

04/08/2021

Por Josana Caversan

 

Os benefícios da amamentação prolongada é um assunto amplamente discutido em nossa sociedade, principalmente pelos valores nutricionais do leite materno e pelo vínculo afetivo estabelecido entre mãe e bebê. Mas, muitas pessoas têm somente a visão romantizada deste momento e nem sempre são esclarecidos os desafios e o que fazer quando a amamentação se torna inviável.  

 

São vários os fatores que impedem ou interrompem a amamentação de maneira precoce: necessidade do uso de certas medicações incompatíveis com a amamentação; dores, provocadas por mastites, fungos e fissuras no peito; doenças da mãe ou do bebê; agitação, cansaço e estresse da mãe, pela privação de sono e até mesmo um ambiente não favorável. 

 

Além disso, sabe-se que, no Brasil, a realidade de muitas mães que trabalham fora dificulta a amamentação de maneira satisfatória, seja devido ao excesso de carga horária de trabalho ou licença maternidade insuficiente.  

 

Saiba que existem também algumas atitudes que devem ser evitadas em benefício do aleitamento materno. São elas: 

  • –  Fumar, consumir bebidas alcoólicas e usar remédios sem prescrição médica; 
  • – Complementar o leite materno com outros leites, sem orientação médica. Lembre-se sempre! O leite do peito nunca é fraco. Ao oferecer fórmulas a mãe acaba produzindo menos leite, pela diminuição do estímulo da sucção; 
  • – Oferecer mamadeira e chupeta. As maneiras de sugar a mamadeira, a chupeta e o peito são diferentes, podendo confundir o bebê e diminuir o tempo da amamentação. 

 

Seguem também algumas dicas que podem ajudar a proporcionar ou prolongar o aleitamento materno: 

  • – Alimentar-se bem e beber mais água durante a amamentação; 
  • – Usar sutiã próprio, tomar sol e arejar os mamilos (evitando a proliferação de fungos e bactérias); 
  • – Procurar um profissional de saúde especializado ou banco de leite em caso de dor. Consulte o site: https://rblh.fiocruz.br/pagina-inicial-rede-blh e veja o banco de leite mais próximo de você. Amamentar não deve doer! 
  • – A pega do bebê deve estar correta. O bebê deve ser colocado bem de frente para a aureola e pegar a mama com a boca bem aberta; 
  • – Se a mama estiver cheia e dura, retirar um pouco do leite ajudará na pega do bebê no peito, deixando-o mais macio; 
  • – Cada bebê mama no seu próprio ritmo; 
  • – É importante que o bebê esvazie um peito antes de passar para o outro, caso ele deseje continuar mamando; 
  • – A amamentação deve ser em livre demanda, ou seja, sempre que o bebê solicitar. 

 

Mas, o que fazer quando a amamentação não é possível? 

O bebê que não passa pela experiência do aleitamento materno pode se desenvolver de maneira adequada com leite artificial. Nestes casos, é importante procurar um profissional de saúde para orientar sobre a complementação necessária para a nutrição do bebê.  

 

Vale ressaltar que, a amamentação cruzada (mães que amamentam filhos de outras mães), muito praticada antigamente, é contraindicada pelo Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde (OMS), pois traz diversos riscos ao bebê, podendo transmitir doenças infecto-contagiosas, como a Aids. 

 

Quanto ao vínculo afetivo entre mãe e bebê, existem outras formas de estabelecê-lo na impossibilidade da amamentação. Tudo começa antes mesmo do nascimento, através do contato com o feto, que pode ser por meio da fala ou do toque na barriga. Neste momento e após o bebê nascer, o apoio familiar auxiliará muito no vínculo entre mãe e bebê, ajudando no estado emocional de ambos. Além disso, o colo, as conversas e as trocas de carinho contribuirão de forma decisiva para este vínculo. 

 

O mais importante é que a mãe não se sinta culpada por não poder amamentar, e se isso acontecer, que procure ajuda profissional, para assim permanecer saudável, tanto emocionalmente quanto fisicamente, e consequentemente disponível para todos os outros tantos cuidados que um bebê exige. 

  

Fonte: Ministério da Saúde, Fiocruz


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